sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Rua sem saída



Rua sem saída
|m.a.r.c.o.s.l.e.o.n.i.d.i.o.|

Me encontro numa rua sem saída
aflita sensação de impotência
cravejada em muros altos sem vida
misturados à angustiantes ausências

Não sei se cavo um buraco no chão
e me jogo no sem fim
se relaxo e durmo eterno
se arranco do coração
todos os sons intensos de antes

Tudo findando - definhando
minha alma parece que está sendo arrancada [...]
brutalmente - sem qualquer piedade
minha essencial vida
tá sendo expurgada

Não sou poeta maldito
nem quero que minhas palavras ecoem por aí
quero somente fazê-las voar sobre o mar
quero minhas inquietudes florescendo
a cada amanhecer ou próximas a cada olhar
de quem está sofrendo

Preciso sair desse beco escuro
dessa rua sem saída
preciso iluminar meu pedaço de mundo
reconstituir belezas descontruídas

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

versos-meus


versos-meus
marcos leonidio

uma ausência traféga a minha alma
retém minhas lágrimas
transforma minhas súplicas em nós
que não podem ser desatados

uma nostálgica lembrança
me aquece o corpo no frio da madrugada
um doce fio de esperança
adentra minha árdua cavalgada

um sopro de vento
robustesse meus pensamentos
minhas buscas mal planejadas
meus novos experimentos

um sonho recorrente
renasce dentro de mim, factível
todos os sons e cores ausentes
tornam-se novamente possíveis

nada pode mais me deter
sigo vertical - confiante
lágrimas transformarão sorrisos
sonhos refletirão objetivos
vontades tornarão-se belas paisagens
obviedades espelharão surpresas fatais

quero proferir versos-meus
- indegestos - mal rimados - profanos - mundanos até [...]
tudo que me convier

quero
agradar os revolucionários
maltratar os reacionários

quero ser eloqüente
derreter gélidas e concretas idéias
em prol de novas vertentes!