sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Marcas e Tatuagens
MARCAS E TATUAGENS
marcos leonidio
Tenho andado por caminhos
que foram nossos um dia
nossas marcas ainda permanecem (intactas)
sob a miragem urbana
mas, algo incomoda meu olhar:
a sua não-presença!
Tenho andando por caminhos
que eram iluminados pelo seu doce andar
por sua graciosidade
e seu jeito de beijar
Tenho andado por caminhos
que têm a sua magnânima marca
transformando a atmosfera.
São imagens que se confundem
à paisagem
inconfundíveis passagens da minha vida
revelam-se viscerais tatuagens
imersas nas profundezas do meu olhar [...]
tudo igual
tudo=
Ás vezes você pensa
que pensou algo diferente
pra sua vida [...]
Mas na realidade você continua a dar voltas
pelos mesmos caminhos,
sem notar a familiaridade!
marcos leonidio
Ás vezes você pensa
que pensou algo diferente
pra sua vida [...]
Mas na realidade você continua a dar voltas
pelos mesmos caminhos,
sem notar a familiaridade!
marcos leonidio
sábado, 21 de novembro de 2009
não-convergente
não-convergente
marcos leonidio
não me convém convergir
sobre quaisquer atos reprováveis
não me compete compreender
razões, justificativas ou lamúrias pieguistas
não me convém convergir
sobre atos falhos
atalhos escusos
que levam pr'uma ilusão dourada
não me convém convergir
sobre alusões indecifradas
conversas sem direção
a vida precisa ser transformada
não me convém
nem convés
nem proa
nem popa
sigo terreno!
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não-convergente
terça-feira, 6 de outubro de 2009
existencialidades
existo pra realizar qual compromisso?
existo por que quero ou por que espero?
espero passivo, ou, ativo minhas preferências?
tudo muito obscuro ao sul
me remete à abismos imaginários
não avisto o norte
e a vida tem cheiro de morte existencial
existo pleno - intenso
ou, estou aquem das minhas possibilidades?
minhas ascensões são livres escolhas
envoltas em amargas verdades!
tudo muito intenso
fatalidades, retrocessos e outros processos
nada do que penso acontece
há muito mais que desalento
permeando minha passagem
meus fundamentos se amotinaram
no vento
é preciso evidenciar
existencialidades não incutidas
em nosso dia-dia
sacramentar com altivez
outras singularidades
nunca antes discutidas!
M.Leonidio
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Bolha
bOlhA
marcos leonidio
tudo em volta
não comporta
............... as demandas
............... falta lastro
............... falta abraço
tudo em volta
não se importa
............... com necessidades
............... latentes
............... nem indecisões
............... recorrentes
tudo em volta
não é agora
............... nem depois
............... nem antes
............... apenas rastros
...................................................equidistantes!
terça-feira, 8 de setembro de 2009
versões existenciais
versões existenciais
m.leonidio
angustiaram-se percepções
em vãos momentos
os desejos
não foram absorvidos em beijos
ações sem fundamento
não reagir ante aos impulsos
dos quais a alma não se liberta
é tarefa árdua
que contesta as racionalidades
implícitas ficam as vontades
as ilhas formam-se além do horizonte
não há desejos que impulsonem
nossas existencialidades
cunha-se outras vicissitudes
verdades inatas são respeitadas
nada mais pode impedir
o encontro da lua
com o mar
segue-se a vida
da forma mais bonita!
Fontes Mortas
fontes mortas
m.leonidio
cessam-se fontes
aos montes
mesmo nos mais inóspitos lugares
isto é fato
incoveniente recado
decisões mercantilistas
interesses grupais
ações lobistas
doutrinam a realidade atroz
que está a nossa espreita
cessam-se perspectivas
sustentabilidade é esquecida
abrem-se feridas descomunais
assim não haverá futuro
nem lembranças ancestrais
caminhamos pro fim prematuro
angustiante processo de destruição
espalha-se voraz
não há mais paz
o amanhecer é escuro
nos santuários naturais
a riqueza estabelece-se
para poucos
enquanto recrudesce:
as possibilidades dos povos nativos
a ascensão dos jovens
o descompromisso infanto-juvenil
o sonho alternativo de liberdade
a vida das espécies (inclusive humana)
a rica biodiversidade
e essenciais necessidades [...]
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Amor Atroz
amor atroz
marcos leonidio
atroz amor
sonho incompreendido
pedaço bom
arrancado do meu Ser
como se retoca o batom
atroz amor
fruto proibido
maçãs vermelhas reluzentes
afogo meu libido
em sonhos recorrentes
atroz amor
sentimento incontido
pluralidade de sensações
és ainda vivido, mesmo solitariamente
em outras estações
atroz amor
sofro mais no inverno
tenho percepções florais
na primavera
vagueio só, em verões tropicais
domingo, 16 de agosto de 2009
Theresina, 2º ato
Theresina, 2º ato
marcos|leonidio
Teresina, Piauí!
Oeiras, Serra da Capivara
berço do nosso existir
Parnaíba, Luís Correia,
jeito doce de sorrir
tantas outras belezas
Da Costa e Silva, Torquato,
Conselheiro Saraiva,
com maestria
conseguiu persuadir
Encontro dos rios
abraço afetuoso
dos irmãos Parnaíba e Poty!
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theresina
Theresina
Theresina
marcos leonidio
Teresina mulher menina
doce sabor
morena cajuína
me envolve em teu calor
Teresina libertas estás
pra voar céu aberto
ganhar robustez
disseminando de certo
a pureza do teu viver
Teresina morena faceira
beleza quase escondida
quero ter ver por inteira
em noites mal dormidas
Teresina cura
as dores e angústias
de frágeis visitantes
com competência e ternura
de quem é vibrante
Teresina princesa meio-norte
és musa do Sol
foco da Lua
teu anzol me fisgou
já não há mais fuga
Teresina doce sabor: sorte!
contagiado de amor estou
repousaria em teus braços
mesmo pós-morte ...
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Sob-Controle
Sob-Controle
marcos|leonidio
De alguma forma você tem
que ter o controle
sob esse amor que lhe consome
que te leva pra devassidão
da insaciável fome
da solidão
De alguma forma você tem
que ter o controle
sob esse descontrole social
que lhe faz desacreditar.
É preciso resistir ao vendaval
pra acordar em outro mar
De alguma forma você tem
que ter o controle
sob as diretrizes da sua vida
e as expectativas futuras.
Tente expelir as feridas
suavizando as ranhuras
De alguma forma você tem
que ter o controle
sob o mundo perdido
que vive dentro de você.
Ele precisa ser compreendido
a cada amanhecer!
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domingo, 2 de agosto de 2009
Ingrata
Em homenagem ao amor
de Daniel e Altaíde
Teresina, 01/08/2009
INGRATA
marcos|leonidio
Ingrata
mulher sem alma
pede-me calma
mas vive a me martirizar
Ingrata
mulher que arraiga meus sentimentos
és a ressalva
que eu não quero viver
Ingrata
não quero que me peças nada
eu preciso me libertar
desse amor
Ingrata
já não sei onde começa
onde termina
meu desespero
tenho pressa
de tornar-me, novamente, inteiro
Ingrata
já não penso em mais nada
vejo minha vida dilacerada
distante do seu viver!
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
A Lua
A LUA
marcos|leonidio
A lua desnuda
cristalina
reveladora
misteriosa
transparente - graciosa
carente - vigorosa
solitária - amorosa
A lua imponente
simples
redonda
generosa com a noite
se esconde ao amanhecer
é contraponto do Sol
mas fundamental também
A lua incandescente
natural - linda
menina sem face
mulher de fases
atrai nossos olhares
é cativante
muda de formas
mas ainda assim
mantém seu charme divinal
atrai a Terra
atrai os oceanos
atrai os namorados
atrai os astros
atrai os astronautas
atrai os astrólogos
atrai as guerras terrenas
de quem quer ser imperial
Deixem a lua lá
iluminada
ela só quer ser
contemplada
cortejada
enamorada
mas não quer ser tocada
só focada!
sexta-feira, 3 de julho de 2009
cristais
marcos|leonidio
Quando se quebra um cristal,
não é mais possível solidificá-lo outra vez,
melhor cuidar dos outros cristais
e deixar o quebrado esquecido!
quarta-feira, 1 de julho de 2009
paisagem sem cor
PAISAGEM SEM COR
marcos|leonidio
curvei-me diante da cruz
pressupus que orar era o suficiente
ledo engano
minha fé caminha pelo racional
ando me desfazendo
dos princípios puritanos
minha busca arrefeceu
segue sangrando minhas angústias
minhas culpas e outras ranhuras
por entre minhas entranhas
doces amargas verdades cruas
curvei-me diante da encruzilhada
guiado por minhas imperfeições
meu senso crítico está afetado
suas aferições
estão recobertas de maus presságios
minha autoconfiança
é fio condutor de tênue esperança
há muito crocodilagem à minha margem
meu cais não tem som
silencioso é miragem
paisagem sem cor
maçã sem cor do sangue do amor
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sexta-feira, 15 de maio de 2009
Sou Meu Eu
SOU MEU EU
marcos|leonidio
sou luar de quem a noite esqueceu
sou meu próprio apogeu
sou o abismo que se apresenta em meu caminho
sou o vento que me afasta de mim mesmo
sou a alegria que não me deixa sozinho
sou minha angústia dilacerada
sou minha verdade deslavada
sou meu ponto de luz no universo
sou meu sucesso e retrocesso
sou aquilo que realmente pensam
sou o inverso da notícia que alimentam
sou intransigente comigo mesmo
sou fragmentos dos meus desejos
sou angustiado por natureza
sou fomentador de deliciosas estranhezas
sou meu algoz inconsciente
sou meu herói onipresente
sou quase imperceptível
mas, quero viver versando pela vida
demarcando minhas andanças
quero viver livre (mesmo em pensamento)
feito minhas doces crianças!
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sexta-feira, 8 de maio de 2009
ela tomou conta de mim
ELA TOMOU CONTA DE MIM
marcos|leonidio
se estou com ela - tô rico
se estou sem ela - tô pobre
sem ela, sou visco
com ela, sou nobre
se ela está nos meus braços - tô pleno
se ela não está comigo - tô vazio
sem ela, sou feno
com ela, sou varonil
se ela me sorri - viro sol
se ela não me enxerga - viro inverno
sem ela, sou simples anzol
com ela, sou extenso e eterno
se ela põe aquele vestido - me encanto
se ela fica triste - me desfaço
sem ela, sou desencanto
com ela, sou homem d'aço
se ela me beija - viro pássaro
se ela me abandona - viro ermitão
sem ela, sou raso
com ela, sou fervente paixão!
terça-feira, 5 de maio de 2009
concretismo
c.o.n.c.r.e.t.i.s.m.o.
marcos|leonidio
misturados ao concreto
os prédios não têm cor
a cidade acinzentada
não constrói mais amor
são paisagens perdidas
num concretismo frio
todas as razões canalizadas
pra um fúnebre fúnil
extenso e vazio
misturados ao concreto
os prédios não têm alma
todas as certezas ficam em aberto
não há mais válvula de escape
os ventos vão pro deserto,
pro deserto de Marte
calculamos mal as possibilidades!
a violência contra a natureza, inclusive humana
é notícia pequena num rodapé de jornal
todas as ambigüidades,
falecerão abraçadas, misturadas ao sal [...]
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marcos leonidio
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Vocês hão de entender!
Vocês hão de entender!
marcos | leonidio
Há muito mais a entender!
muito mais do que tem sido dito
além do que está escrito.
É preciso jogar luz
naquilo que está enrustido [...]
Há muito mais a receber!
muito mais do que tem sido oferecido
além do que está sendo previsto.
É preciso cavar mais, ir mais fundo
pra encontrar aquilo que está perdido [...]
Há muito mais a resgatar!
muito mais do que tem sido propagado
além do que está sendo reavivado.
É preciso salvar mais e mais
os corpos e as almas dos desavisados [...]
Há muito mais a criticar!
muito mais do que tem sido mensurado
além do que está sendo ventilado.
É preciso verticalizar as idéias
para romper os muros que protegem prevaricados!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
sexta-feira, 6 de março de 2009
NóS ToDoS
NÓS TODOS - m.leonidio
todos nós
temos a obrigação
de desatar todos os nós
que estão atravancando nossa jornada
não importa se são pequenos, médios ou grandes
é preciso desarmá-los, deixá-los soltos
para que possamos voar, navegar ou surfar por aí
se encontrarmos pelo nosso caminho
algumas nozes, capazes de acidentar
nossos passos
também temos obrigação de quebrá-las
não podemos deixar
que os nós fiquem cegos
temos que ser pacientes, hábeis
não é necessário usar força bruta
é preciso flexibilidade e decisão
cuide de seus nós
não deixe que eles interrompam
suas buscas
voe em pensamento
voe pelo tempo!
globalização
GLOBALIZAÇÃO - m.leonidio
acordar
levantar trabalhar comer dormir
acordar
não tá dando tempo nem de sonhar
tudo tem acontecido numa velocidade avassaladora
a repetição dos fatos
passa veloz aos nossos olhos
não esboçamos reação
como parar essa roda viva? [...]
se estamos no meio do furacão
se não conseguimos nos ajeitar
se somos jogados para todos os lados
tudo muito estranho
os sons são aterrorizantes
o silêncio é mortal
e as perspectivas?
estão impregnadas em amargas ilusões
deve haver um jeito
um movimento linear
que obstrua essa loucura
essa contemporaneidade traiçoeira
capaz de tudo destruir
e todos destruir
a globalização precisa
ser fatiada, esmiuçada
distribuída em pequenas porções
e não empurrada goela abaixo
sem piedade
sem necessidade
a ansiedade das mudanças
está sufocando a grande maioria
a respiração ofegante do globo e das nações
já dá sinais de que precisamos reavaliar
e reavaliar
as imposições do mundo moderno [...]
acordar
levantar trabalhar comer dormir
acordar
- refletir agir desacelerar -
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
E assim seja!
E assim seja!
marcos | leonidio
Para que sejamos todos felizes
é preciso sorrir
cometer alguns saborosos deslizes
é preciso deixar de resistir
Para que sejamos todos felizes
é preciso por o pé na lama
realizar os mais secretos fetiches
trafegar por outras entranhas
Para que sejamos todos felizes
é preciso ficar uma pouco à toa
fazer da vida um gostoso release
e experimentar todas as coisas boas
Para que sejamos todos felizes
é preciso se deixar seduzir
assumir enrustidas maluquices
e não ter medo de deixar fluir.
desencanto
desencanto
marcos | leonidio
nosso amor andava de mãos dadas
nas praias
nas ruas
nas enseadas
nas noites chuvosas
nas alamedas
nas praças
nos momentos de dor
nas adversidades
caminhávamos entre espinhos
pra colher a mesma flor.
em algum momento
nossas buscas ficaram turvas
após vento forte
não acompanhamos a curva
a tempestade tomou conta
depois duma noite de ressaca
não houve contenção
nosso amor se perdeu na braqueada¹
nossas mãos se perderam
nossos olhos não voltaram a sorrir
a alma padeceu
perdeu encanto
o sol entristeceu
adormeceu em outro canto!
nota: braqueada¹, pop. pirambeira, abismo, terreno caótico, terreno acidentado.
Nuances
Nuances
marcos | leonidio
Na bela e decadente cidade-cinza
belas-meninas e meninas-belas
ocupam espaciais vertigens.
Na bela e decadente cidade-cinza
belas-meninas e meninas-belas
divergem olhares
mas buscam os mesmos finais!
Na bela e decadente cidade-cinza
belas-meninas e meninas-belas
ocupam hiatos
sociais e velados.
Na bela e decadente cidade-cinza
belas-meninas e meninas-belas
transacionam
virtualidades infames.
Na bela e decadente cidade-cinza
belas-meninas e meninas-belas
fazem parte da porção azul
mas desenvolvem-se da porção vermelha.
porta fechada
PORta FECHAda
m.leonidio
a porta se fechou
nada mais vai mudar isso [...]
enterramos agora, aquele nosso compromisso
o acordado, dolorosamente findou
a porta se fechou
você teve tempo pra perceber [...]
que não haveria retroceder
o pleno, arredondado, desintegrou
a porta se fechou
e não há como recompor [...]
fez-se noite o esplendor
o doce sabor, amargou!
a porta se fechou
enalteça seu feito
o sonho era colorido - agora é imperfeito
o impermeável encharcou [...]
sábado, 14 de fevereiro de 2009
NUanCES da AmiZaDE
14 de Fevereiro, Dia da Amizade
Nuances da Amizade |||| Marcos Leonidio
A amizade pode ser
uma maçã vermelha, incrivelmente perfeita,
capaz de refletir sua alma e o brilho do seu sorriso.
A amizade pode ser
um formoso conjunto de flores do campo
tocadas apenas pela suave brisa do norte
e banhadas pelo aconchegante sol do sul.
A amizade pode conter
traços magistrais de Picasso,
viagens transcendentais de Van Gogh,
surrealismo introspectivo de Dalí,
ousadia vanguardista de Tarsila.
A amizade pode ser sentida
nos textos viscerais, de
Drummond, Cecília Meirelles, Vinícius,
Castro Alves, Mario Quintana, Manuel Bandeira,
Gonçalves Dias e cia.
A amizade pode vociferar
verdades indivisíveis
- a partir de um olhar profundo
- de um gesto mais agudo
- de um sorriso amarelo
- ou, de um pranto singelo.
A amizade pode transformar
- terras infertéis
em solos fecundos
- vontades indigestas
em realizações promissoras
- virtuais moribundos
em cavalheiros d'aurora.
Como? [...]
Fecundando-a, alimentando-a,
emancipando-a, relacionando-a
aos seus sentimentos mais pungentes.
A amizade pode quase tudo [...]
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Não deixe sua alma envelhecer
Não deixe sua alma envelhecer,
se for preciso,
vá para o outro lado do espelho,
a acaricie, a cubra de beijos,
a rejuvenesça plena.
Não deixe sua alma envelhecer,
senão o corpo padece,
sua natureza entristece, inerte.
Senão as maleabilidades da vida
tornam-se rijas e inoperantes.
Não deixe sua alma envelhecer,
o tempo não precisa ser administrado,
ele precisa somente ser vivenciado!
Não tente elucidar todos os mistérios,
será em vão [...]
Não deixe sua alma envelhecer,
também não deixe que ela amadureça muito,
só o suficiente para tornar a vida mais leve.
Se houver excesso de amadurecimento,
tudo fica muito previsível,
e sua coragem em buscar o desconhecido
é substituída pela covardia,
pela conservadora mania que temos,
de prever o resultado,
antes de processar cada equação.
Não deixe sua alma envelhecer,
deixe que ela se sinta permanentemente jovem,
vigorosa, audaz e aventureira.
Marcos Leonidio
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
coração despedaçado
coração despedaçado
m.leonidio
você me fez conhecer a Lua
e outras galáxias
me embeveceu - sem que eu
tivesse tomado uma única taça de vinho
você me fez navegar em mares serenos e azuis
laureados por noites sensuais e enluaradas
manhãs cristalinas e ensolaradas
você reavivou todos os sentimentos
há tempos adormecidos
minha fuga se fez desnecessária
era preciso viver a vida intensamente
você - independente
não se deixou aproximar muito
arredia! você racionalizou
todo aquele sentimento
e me fez um juramento:
viver feliz, mesmo longe de mim!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
abismo
aBi____S______mO
-- marcos leonidio --
nada mais nos aproxima
nem o doce sabor do verão
nem as manhãs que anunciam a primavera
nem as tardes que celebram o outono
nem nossos banhos de piscina à beira-mar
nada mais nos aproxima
nem as divergências circunstanciais
nem a vontade de querer bem
nem a nostalgia que ainda contagia
nem o clamor dos nossos corações
nada mais nos aproxima
nem as revelações do passado
nem as buscas do presente
nem as realizações pro futuro
nem o discurso maduro
temperado por um ciúme imaturo
nada mais nos aproxima
nem as realidades sonhadas
nem os sonhos realizados
nem a apaixonante alegria
dos beijos trocados
nada mais nos aproxima
nem a proximidade dos olhos
nem o calor dos corpos
nem a profundidade das nossas almas
nem o entendimento
desenvolvido a partir
dum doloroso sofrimento
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
crepúsculo 40
crepúsculo 40
o sol se escondeu
atrás de uma montanha obscura de acontecimentos
enquanto isso [...]
estrelas fragmentadas
foram jogadas uma sobre a outra
num canto qualquer do hemisfério norte.
m.leonidio
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
minha mocidade
minha mocidade
leonidio, marcos
é andando pela cidade
que consigo perceber
que consigo sentir
minha mocidade escorregar por entre os dedos
como algo gelatinoso
escorregadio e gorduroso
minha mocidade esvai-se
sem olhar para o lado
por entre as paisagens da grande cidade
algumas vezes
na dor de uma saudade
ou quando se perde
a doce cumplicidade de antes
minha mocidade desassocia-se de mim
incontinente
dona de si
visivelmente estremecida
afinal não soubemos vivenciá-la
nem eu
nem meu tempo
minha mocidade indivisível
já não faz mais parte de mim
ela afugentou-se em outro olhar
para atormentar-me muito antes do fim
de um ciclo
de um tempo que jamais voltará
minha mocidade tinha asas
eu não sabia
minha mocidade era audaz
eu não sentia
minha mocidade era destemida
eu filosofava mais do que vivia
minha mocidade era vanguardista
eu não definia minhas ações
minha mocidade era mais racional
do que eu
deixei-me levar pela percepção
mal fundamentada
e na vida real não existe replay
é preciso viver
cada minuto
cada segundo
de forma ímpar, inédita
e revolucionária.
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