sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
um bom amigo
UM BOM AMIGO
Um bom amigo gosta de você
não por aquilo que você tem,
não pela sua posição social,
não pelo poder que você detém.
Mas sim, pelos valores que você carrega na alma,
pela sua forma de encarar a vida,
pela sua alegria de viver.
Um bom amigo gosta de você
pela afinidade das suas almas
e até por algumas divergências que os fazem discutir por horas
determinados assuntos.
Um bom amigo gosta de você
pelo simples fato de você ser assim... como é!
Tão simples como a chuva molhando a terra
para as plantas florescerem!
m.leonidio
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
existo!
marcos leonidio
existo!
ao desavisados
reafirmo que inda existo
apesar de tantos imprevistos [...]
*estou morto prá esse triste mundo antigo
mas acredito num novo amanhecer
existo!
eu insisto
mesmo com o coração aflito
mesmo despercebido
por todos que não querem me ver
existo!
nesse exato momento
e sigo imerso ao vento que sopra frio
propenso a me extinguir
eu insisto
que inda preciso coexistir
mesmo despercebido
aos olhos de quem não quer me ver
existo sim
em cada pensamento
num breve momento
que posso sonhar
entre as estrelas
e o azul do mar
posso até desistir
contrariado e sufocado
mas vais me ver sorrir
em cada sonho ou lembrança
continuarei a existir
* trecho da música Universo do teu corpo, Taiguara
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Rua sem saída
Rua sem saída
|m.a.r.c.o.s.l.e.o.n.i.d.i.o.|
Me encontro numa rua sem saída
aflita sensação de impotência
cravejada em muros altos sem vida
misturados à angustiantes ausências
Não sei se cavo um buraco no chão
e me jogo no sem fim
se relaxo e durmo eterno
se arranco do coração
todos os sons intensos de antes
Tudo findando - definhando
minha alma parece que está sendo arrancada [...]
brutalmente - sem qualquer piedade
minha essencial vida
tá sendo expurgada
Não sou poeta maldito
nem quero que minhas palavras ecoem por aí
quero somente fazê-las voar sobre o mar
quero minhas inquietudes florescendo
a cada amanhecer ou próximas a cada olhar
de quem está sofrendo
Preciso sair desse beco escuro
dessa rua sem saída
preciso iluminar meu pedaço de mundo
reconstituir belezas descontruídas
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
versos-meus
versos-meus
marcos leonidio
uma ausência traféga a minha alma
retém minhas lágrimas
transforma minhas súplicas em nós
que não podem ser desatados
uma nostálgica lembrança
me aquece o corpo no frio da madrugada
um doce fio de esperança
adentra minha árdua cavalgada
um sopro de vento
robustesse meus pensamentos
minhas buscas mal planejadas
meus novos experimentos
um sonho recorrente
renasce dentro de mim, factível
todos os sons e cores ausentes
tornam-se novamente possíveis
nada pode mais me deter
sigo vertical - confiante
lágrimas transformarão sorrisos
sonhos refletirão objetivos
vontades tornarão-se belas paisagens
obviedades espelharão surpresas fatais
quero proferir versos-meus
- indegestos - mal rimados - profanos - mundanos até [...]
tudo que me convier
quero
agradar os revolucionários
maltratar os reacionários
quero ser eloqüente
derreter gélidas e concretas idéias
em prol de novas vertentes!
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Alucinação
ALUCINAÇÃO
LEONIDIO, Marcos [2008]
Estou tentando me encontrar
meus pedaços estão espalhados
por todos os lados
dedos cortados
pescoço guilhotinado
tronco despedaçado
idéias fragmentadas
sonhos destroçados
injúrias enviesadas
Estou tentando me encontrar
pensamentos desencontrados
emoções confusas
conflitos ratificados
pedaços por todos os lados
cabeça sangrando na sala de estar
braços e pernas no cesto de lixo
do banheiro
coração batendo em câmera lenta
dentro de um cofre de segredos
criptografados
corpo inerte apodrece no
tanque de lavar roupa
[...] de lavar alma!
Acordo de repente, suado,
marginalizado, sangrando por dentro [...]
somente por dentro!
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Distração
Não se aproxime muito
você pode se apaixonar
e eu também
Isso pode não ser bom
nem pra mim
e nem pra você
Evite o contato
seja racional
Mantenhamos então
a compostura
esse excesso de frescura
Sigamos assim
incontinentes
mais distantes
do que presentes
Se nos aproximarmos
vai ser a mesma história
um tal vai-e-vem
um jogo de esconde-esconde
um verão em pleno inverno
É melhor que fique assim
você perto de si
e eu perto de mim
longe do recomeço
influenciados pelo doce fim!
M.Leonidio
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Promissão
PROMISSÃO - m.leonidio
Você há de me pagar
Pelo desprezo que me deu
Por tudo que me fez passar
Pela dor que anoiteceu
Você há de me pagar
Pela falta de vontade
Por tudo que me fez sonhar
Pela sua doce-estranha-maldade
Você há de me pagar
Por aquilo que não vivi
Por tudo que me fez deixar
Pela saudade que não vai e finge me sorrir
Você há de me pagar
Pela sua dispersão
Pela maldição de não me querer
Pela vontade de apagar
Pela dificuldade em lhe esquecer
Você há de me pagar
Muito caro, com juros e com ágio
Por essa dor que me faz sangrar
Por todo esse sofrimento desnecessário!
Você há de me pagar
Por todo esse desencanto
Por esse desgostoso naufragar
Por essa devassidão em forma de pranto!
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O Tempo
O TEMPO – m.leonidio
O Tempo é o Senhor das nossas emoções
ele mede a temperatura dessas erupções
que permeiam nossas vidas em diferentes momentos
O Tempo é o curador das paixões,
das tristezas, das alegrias, dos grandes amores, das grandes decepções [...]
O Tempo nos liberta de certos sentimentos, de certos pensamentos,
mas também nos prende a certos movimentos, nos mantém presos
a memórias e histórias que percorrem cada pulsar [...]
O Tempo é voluntarioso, menino manhoso,
sabe como seduzir nossos ideais e como confundir
nossas idéias, nossas buscas nem sempre tão certas [...]
O Tempo é o gestor consagrado de tudo que vivemos
e está sempre nos sinalizando quais são nossos limites:
emocionais, psicológicos, materiais, amorosos, odiosos,
imateriais, indesejáveis, desejáveis, ardilosos, corporais, existenciais [...]
O Tempo não convém a quem tem pressa
e nem a quem é vagaroso demais
cada um tem que ajustar e equilibrar suas ações
e reações no seu momento exato, nem antes e nem depois [...]
ou será punido impiedosamente, sem qualquer chance de volta!
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