segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Alma fria



ALMA FRIA
Marcos Leonidio

Arrefeceu
o sonho
o desejo latente
a vontade desesperada
o beijo caliente
e o impulso de dar porrada

Arrefeceu
o desejo de reclamar
a capacidade da paciência
o doce esperar
de uma triste ausência
e o exercício de suplantar

Arrefeceu
os caminhos do reencontro
a vontade de caminhar
os lampejos daquele sonho
de sempre querer amar


Arrefeceu
os espasmos de calor
que alegravam nossa trajetória
os pactos de amor
que permeavam nossa história
e até a intensidade da dor

Arrefeceu
as crises contundentes
daquele amor viril
as tensões proeminentes
transformadas em reações infantis
e até as vontades remanescentes

Arrefeceu
o desejo de reaver
a possibilidade de ter calma
as ondas de calor
de um breve amanhecer,
arrefeceu
o alimento propulsor da alma!

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