segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Amor arisco
Amor arisco
Marcos Leonidio
Preciso navegar
no azul-verdejante
dos seus olhos
desvendar doces mistérios
Preciso me aprofundar
por entre suas carícias
viver o melhor da vida
desfrutando vorazes delícias
Preciso racionalizar
todo esse envolvimento
tentar entender
o revés de cada movimento
Preciso me desvencilhar
de emoções circunstanciais
transformar em equilíbrio
erupções e desejos emocionais
Preciso me libertar
correr todos os riscos
nessa doce loucura, afundar
seduzir esse amor arisco
realocar os imprevistos [...]
Triste movimento
Triste movimento
Marcos Leonidio
Estou me monitorando
de dentro pra fora
de fora pra dentro
Preciso entender
o que anda acontecendo!
rever conceitos
reavaliando movimentos
Estou me desconcentrando,
envolvido em tantos movimentos
caminho por várias frentes
diluindo ou fomentando sofrimentos
Preciso sacramentar
tantas ações, tantos inventos
mas para caminhar
tenho que viabilizar experimentos
Estou me perdendo
minha essência está afetada
são amargos sentimentos
de tristeza indesejada!
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Quebra-cabeças
Nosso amor era um quebra-cabeças de 1.000 peças.
Aos poucos, estava eu desvendando esses encaixes,
seus mistérios [...] materializando uma tão bela imagem.
Quando eu sentia que era dono da situação, deu pane [...]
Um vendaval de incertezas espalhou grande parte das peças
e ocultou tantas outras, inviabilizou a plenitude tão sonhada.
Joguei a toalha e jamais consegui recompor toda aquela volúpia
que dava aderência e sustentação a cada momento que vivíamos.
Marcos Leonidio
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Que mulher é essa!
Que mulher é essa!
m.leonidio
Que mulher é essa [...]
que insiste povoar meu imaginário
desdenha de mim
sem precisar muito se esforçar
atrai-me com seu andar ou seu olhar
Que mulher é essa [...]
pele alva, cabelos negros
me enlouquece quando passa
e aguça incontroláveis desejos
Que mulher é essa [...]
dona duma exuberância singela
é misteriosa-excitante
me dá asas,
mas também fecha portas e janelas
Que mulher é essa [...]
tão diferente,
ternura em forma de gente
doce anjo de pele quente
menina-perigosa-ardente!
Que mulher é essa [...]
que parece surreal
será que a criei: ‘impossível’
ou será natural
sofrer pela sua presença inverossímil?!
Que mulher é essa [...]
que sorri provocadora
não vive na minha
vive em outra
mas imprime sua presença sedutora
Que mulher é essa [...]
mar azul em pleno deserto
vasto campo de flores raras
atração de irresistível beleza
num encontro quase aberto
és incompreensível certeza [...]
dum amor exuberante, decerto!
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Introspecção
INTROSPECÇÃO
Marcos Leonidio
Um silêncio profundo
intenso [...]
tomou conta de mim
Fiquei três dias
sem proferir uma palavra
anestesiado [...]
segui desintegrado
Me exilei entre
seus olhos
e seus pensamentos
tentando prover argumentos
Falei muitas vezes
comigo mesmo
diante do espelho
e não me reconheci
do outro lado [...]
desconstruí impressões
antes nítidas
Distante da realidade
caricaturei outras saídas
reações distraídas
transformaram deformidades
mal pressentidas
em buscas quase consentidas
Pluralidade de sentimentos
manifestaram-se sincronizados
tudo misturado [...]
num mesmo momento
e ordenaram movimentos
antes fragmentados!
Louvor ao amor
LOUVOR AO AMOR
Marcos Leonidio
Louvemos todas as formas de amor
Amores não realizados
amores platônicos
amores enviesados
e até amores biônicos
Louvemos todas as formas de amor
Amores proibidos
amores esquisitos
amores divididos
e até amores esquecidos
Louvemos todas as formas de amor
Amores colegiais
amores maduros
amores ancestrais
e também amores imaturos
Louvemos todas as formas de amor
Amores passionais
amores embevecidos
amores hormonais
e até amores sem libido
Louvemos todas as formas de amor
Amores imperceptíveis
amores explícitos
amores perecíveis
e também amores bem-vividos
Louvemos todas as formas de amor
Amores heterossexuais
amores diferentes
amores homossexuais
e até amores dissidentes
Louvemos todas as formas de amor
Amores com afinidade
amores de paz e de guerra
amores sem maldade
e também amores de outras terras
Louvemos todas as formas de amor
Amores vai-e-vem
amores constituídos
amores que vão pro além
e até amores intempestivos
Louvemos todas as formas de amor
com muito ou pouco pudor
louvemos a irmandade das almas
seja em que plano for [...]
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
A mais bela flor
A mais bela flor
Marcos Leonidio
tenro doces lábios
alvorecer pleno
império de sentimentos
que faz-me vagar sem tempo
beleza pura profana
primavera fora de época
imensidão azul
no coração da floresta
desvio abundante
de vorazes desejos
todos à flor da pele
sem medos e sem receios
doce flor de rara beleza
arraigada de sonhos
intempestivos e desconstruídos
vazão de perfume de rara fórmula
que toma conta de todos os sentidos
doce névoa da montanha
cercada do verde-azul mais belo
vives nas minhas entranhas
e cultiva, sonhos meus singelos!
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Não queria que nosso amor fosse racional
NÃO QUERIA QUE NOSSO AMOR FOSSE RACIONAL
Marcos Leonidio
Não queria que fosse
racional esse amor
preferia que as coisas
acontecessem como uma
trombada de trem
estrondosa e definitiva
Uma grande paixão
toma conta mesmo
gosta muito de gracejos
transforma o ar: rarefeito
compõe todo e qualquer desejo
Não queria que fosse
racional esse amor
preferia que tudo saísse
do controle
que nos misturássemos
como rolos-compressores
Uma grande paixão
não tem regras
não suporta esperas
e põe o sangue em ebulição
Não queria que fosse
racional esse amor
preferia que ele
atropelasse anseios
e nem justificasse os meios
desde que, juntos pudéssemos
viver cada desejo
Você racionalizou
nosso amor
me desarmou
e assim
perpetuamos seu fim!
Entreaberta
ENTREABERTA
A porta permanecerá aberta
aguardando você adentrá-la.
Mas [...]
não demore muito,
aos poucos, naturalmente,
ela irá se fechar
e uma vez fechada,
ela não se abrirá jamais!
Marcos Leonidio
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Notável anomalia
NOTÁVEL ANOMALIA
Marcos Leonidio
jumentos voavam
sobre minha cabeça
em plena inexatidão sertaneja
era fértil, febril e cristalino
o grande mar vermelho
que de tanta ressaca, tava tonto
carijós atraentes
conquistavam gaivotas reluzentes
na amena noite sem luar
mariposas vaga-lumeavam
por entre os xique-xiques
grenás de desesperança
pulsava em minha veias
desvarios bem comportados
por entre fogosas
sensações, sedas e meias
um horizonte rochoso
se formava ao leste
cravejado de sons multicores
todos reverenciavam a grande mestre
lembranças futuristas
aguçavam meu imaginário
nada mais purista
que o revés dum incendiário
cenas imergiam e emergiam
no meu subconsciente abalado
naufragados, meus sentimentos
se perdiam por entre flores e espinhos
ressecados pelo Tempo [...]
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Dissonância
DISSONÂNCIA
Você não quer falar comigo
Mas eu quero falar contigo
Você não quer viver comigo
Mas eu quero viver contigo
Você não quer estar comigo
Mas eu quero estar contigo
Você não quer ficar comigo
Mas eu quero ficar contigo
Você não quer sonhar comigo
Mas eu quero sonhar contigo
Você não quer amar comigo
Mas eu quero amar contigo
Você não quer namorar comigo
Mas eu quero namorar contigo
Você não quer me compreender
Mas eu insisto em ser compreensivo
Você não quer me encontrar
Mas eu faço questão de te achar
Você não quer me dar uma chance
Mas eu faço o possível pra te alcançar
Você não quer mais me ver
Mas ainda assim eu quero ter você
Você já não me suporta
Mas eu ainda bato à sua porta
Você não me quer [...]
não me quer [...]
não me quer [...]
Mas eu só quero
Só quero [...]
Só quero [...]
Você!
Estamos caminhando em estradas paralelas
Mas nosso sonho segue distante
Em diferentes planos de diferentes esferas
Nossa vontade é caminho dissonante!
Marcos Leonidio
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
sina do sertanejo
sina do sertanejo
M.Leonidio
no veio da terra
ressecada
da caatinga
dissecada
pela estiagem
sem-fim
o que será de mim?
sertanejo
quérendo umidade
chuva abundante
não tenho mai lágrima
suplico humanidade
e não tenho mai vontade
de ir pra cidade
quero minhas raízes
tomar banhi de rio
dançar meu baião
com minha nega
arrastando poeira
tomar minha cachaça
falando besteras
sô cabra-da-peste
mai tô definhando
feito o gado fantasma
que pastava no meu pedacim-de-terra
a tristeza no oiar
dos meus onze fis
me trazem um ar amargo
de condenação quase definitiva
não vô desisti
vô rezar pra Padim Ciço
e Ele há de me guiá
do meu sertão
não me vô
aqui nasci
ninguém vai me tirá daqui
o diabo
é que o demo
o coisa-ruim
insisti em me persuadi
qué me enfraquecê
mai só saio daqui
no dia em quéu morrê [...]
terça-feira, 18 de setembro de 2007
o tempo
tempo voraz
que me consome
que engole tudo a volta
que não pára por nada
que não dá trégua
que não volta jamais
tempo
dono de sucessões intermináveis
de acontecimentos um após o outro
ou simultaneamente
tempo
elemento imaterial
que transforma tudo
e tudo transforma
tempo
que aflora nascimentos
que transforma arrependimentos
tempo
que não vacila
que não perdoa erros
que faz até gracejos
com ações da nossa vida
tempo
que vem pela frente
que nunca vira de costas
para assuntos pertinentes
tempo
que derruba certezas
e aguça tantas outras incertezas
tempo
insuficiente
que nunca nos satisfaz
que transforma em breve momentos
quase todos os suplicos de paz
tempo
inviolável
que não permite exageros
bem não-renovável
que nos transforma em prisioneiros
tempo de luz
tempo de trevas
tempo de paz
tempo de guerras
tempo de amor
tempo fértil
tempo de dor
tempo estéril
tempo de sêca
tempo de descobrimento
tempo de chuva
tempo de desconhecimento
tempo de silêncio
tempo de reflexão
tempo de barulho
tempo de alienação
tempo de tolerância
tempo de alegria
tempo de ditadura
tempo de guerra-fria
tempo de entendimento
tempo de paixão
tempo de afastamento
tempo de desilusão
tempo remoto
tempo de idolatria
tempo abundante
tempo de sabedoria
tempo, tempo, tempo
como eu gostaria
poder te dominar [...]
mas você é um cavalo alado
não se permite montar!
Marcos Leonidio
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Divagações orientais
DIVAGAÇÕES ORIENTAIS
Marcos Leonidio
Vou estudar física quântica
meditar no Tibet
me arvorar pelo desconhecido
pra ver se encontro
um jeito de reativar
sonhos adormecidos
Vou navegar pelo hemisfério norte
conhecer espécimes raras em Galápagos
tentar ludibriar a morte
fazer um exercício permanente
pra mim mesmo
sobre questionamentos
quase intermitentes
Vou prolongar minha estada pelo Oriente
tentar decodificar as culturas hindus
esquecer as afirmações do Ocidente
seja espiritualmente ou a olho nu
fugir das inquietações
de um mundo cinza
e menos azul
Vou ouvir mantras indianos em Bombaim
sem compromisso com a materialidade
que nos faz refém de nós mesmos
tentar entender um pouco de mim
longe da complexidade social
que distancia e faz as relações menos humanas
numa sociedade desigual
Vou explorar as montanhas do Himalaia
adormecido pelo Tempo
buscar encontrar respostas
que satisfaçam um juramento
talvez elas estejam nas encostas
escritas em sânscrito
ou numa luz do pensamento
Vou perambular pela Muralha da China
tentar me equilibrar pela razão
eliminar da minha mente
todas as curas capitalistas
que fomentam grandes nações
em detrimento da preservação da natureza do Homem
fugir dos tentáculos
das convicções imperialistas
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
paradoxos
PARADOXOS
marcos leonidio
marcos leonidio
nem toda busca
almeja um fim
nem todo sonho
se materializa
nem todo beijo
encontra uma boca (sedenta)
nem todo abraço
encontra outros braços
nem todo caminho
encontra um destino
nem toda alegria
se transforma em magia
nem toda ternura
amacia a dureza
nem todo clamor
é objeto transformador
nem toda profundidade
é o suficiente
nem toda afinidade
resolve impasses
nem toda beleza
é cativante
nem todo carisma
é o bastante
nem todo fruto
é suficiente-doce
nem todo muro
é fator-segregado
nem toda verdade
resolve injustiças
nem toda mentira
elimina premissas
nem todo vento
é suave brisa
nem todo pensamento
é fator que regozija
nem toda volúpia
é tesão
nem toda angústia
é tensão
nem toda manhã
representa esperança
nem toda noite
tem força e pujança
nem todo fim
é definitivo
nem todo começo
é natural-instintivo
certo na vida
é a morte
a boa e má sorte
que devemos
nos guiar pelo norte
que certos atalhos
não dão em lugar algum
que é possível
fugir do lugar comum
e é preciso tentar...
tentar... tentar...
nunca desistir
insistir o suficiente
para viver
mesmo na contra-mão
uma vida diferente!
terça-feira, 28 de agosto de 2007
afagos do imaginário
afagos do imaginário
m.leonidio
m.leonidio
tuas mãos
doces mãos
se encontram
com meus desejos
navegam meu corpo
enrijecem meus músculos
açoitam meu querer
antes, durante ou após o crepúsculo
de um anoitecer
de um amanhecer
me tiram do eixo
de mim mesmo
não consigo entender
onde começa
onde termina
cada gozo
cada beijo!
doces mãos
se encontram
com meus desejos
navegam meu corpo
enrijecem meus músculos
açoitam meu querer
antes, durante ou após o crepúsculo
de um anoitecer
de um amanhecer
me tiram do eixo
de mim mesmo
não consigo entender
onde começa
onde termina
cada gozo
cada beijo!
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Alma fria
ALMA FRIA
Marcos Leonidio
Arrefeceu
o sonho
o desejo latente
a vontade desesperada
o beijo caliente
e o impulso de dar porrada
Arrefeceu
o desejo de reclamar
a capacidade da paciência
o doce esperar
de uma triste ausência
e o exercício de suplantar
Arrefeceu
os caminhos do reencontro
a vontade de caminhar
os lampejos daquele sonho
de sempre querer amar
Arrefeceu
os espasmos de calor
que alegravam nossa trajetória
os pactos de amor
que permeavam nossa história
e até a intensidade da dor
Arrefeceu
as crises contundentes
daquele amor viril
as tensões proeminentes
transformadas em reações infantis
e até as vontades remanescentes
Arrefeceu
o desejo de reaver
a possibilidade de ter calma
as ondas de calor
de um breve amanhecer,
Marcos Leonidio
Arrefeceu
o sonho
o desejo latente
a vontade desesperada
o beijo caliente
e o impulso de dar porrada
Arrefeceu
o desejo de reclamar
a capacidade da paciência
o doce esperar
de uma triste ausência
e o exercício de suplantar
Arrefeceu
os caminhos do reencontro
a vontade de caminhar
os lampejos daquele sonho
de sempre querer amar
Arrefeceu
os espasmos de calor
que alegravam nossa trajetória
os pactos de amor
que permeavam nossa história
e até a intensidade da dor
Arrefeceu
as crises contundentes
daquele amor viril
as tensões proeminentes
transformadas em reações infantis
e até as vontades remanescentes
Arrefeceu
o desejo de reaver
a possibilidade de ter calma
as ondas de calor
de um breve amanhecer,
arrefeceu
o alimento propulsor da alma!
o alimento propulsor da alma!
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
O lado bom e o lado ruim das coisas
O lado bom e o lado ruim das coisas
Marcos Leonidio
Se você ama e é amado
tem um amor correspondido
você se sente o próprio príncipe encantado
o rei do pedaço!
Se você ama e não é amado
não tem seu sentimento correspondido
você se sente um cão abandonado,
um objeto largado e vive escondido
feito um bandido!
Se você alcança objetivos
sua auto-estima fica ereta
você só vê bons motivos
e a vida é muito mais concreta
você é só sorrisos!
Se você não realiza seus sonhos
mais básicos, mais necessários
você se sente no ralo, diminuto
um fracassado marginalizado
um virtual moribundo!
Se você enxerga perspectivas reais
a vida fica mais colorida
você encontra boas alternativas
e sua busca se torna efetiva
com deduções seletivas!
Se você só enxerga o marasmo
o fim trágico do imaginário
você mesmo não querendo, segue o rastro
de um apregoado e infeliz mal-desnecessário
de espectros reacionários!
tem um amor correspondido
você se sente o próprio príncipe encantado
o rei do pedaço!
Se você ama e não é amado
não tem seu sentimento correspondido
você se sente um cão abandonado,
um objeto largado e vive escondido
feito um bandido!
Se você alcança objetivos
sua auto-estima fica ereta
você só vê bons motivos
e a vida é muito mais concreta
você é só sorrisos!
Se você não realiza seus sonhos
mais básicos, mais necessários
você se sente no ralo, diminuto
um fracassado marginalizado
um virtual moribundo!
Se você enxerga perspectivas reais
a vida fica mais colorida
você encontra boas alternativas
e sua busca se torna efetiva
com deduções seletivas!
Se você só enxerga o marasmo
o fim trágico do imaginário
você mesmo não querendo, segue o rastro
de um apregoado e infeliz mal-desnecessário
de espectros reacionários!
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Esquinas da vida
Esquinas da vida
Os caminhos da vida
não seguem uma rota exata
por vezes, nos faz trafegar
em direções opostas,
em paralelas sem conexão
em travessas que não dão
em nada
em estradas
com destino a lugar nenhum...
Tudo é repensado
e ferozmente, no nosso íntimo
reavaliamos com senso crítico
e crivo inflexível
as bobagens que realizamos.
Aí, continuamos penando,
talvez por falta de ousadia
ou escassas oportunidades,
talvez por excesso de rebeldia,
entrelaçada numa ilusória liberdade.
Enfim, chega-se a esquina da vida
cercada por caminhos e placas
que indicam diferentes direções,
coração bate mais forte,
é preciso concentrar
acionar nossa percepção
aguçar nossa essência mais profunda
humanizar nossa razão mais serena
e seguir numa estrada única,
capaz de nos transportar
e nos levar a materializar
nossos mais audaciosos sonhos!
Marcos Leonidio
não seguem uma rota exata
por vezes, nos faz trafegar
em direções opostas,
em paralelas sem conexão
em travessas que não dão
em nada
em estradas
com destino a lugar nenhum...
Tudo é repensado
e ferozmente, no nosso íntimo
reavaliamos com senso crítico
e crivo inflexível
as bobagens que realizamos.
Aí, continuamos penando,
talvez por falta de ousadia
ou escassas oportunidades,
talvez por excesso de rebeldia,
entrelaçada numa ilusória liberdade.
Enfim, chega-se a esquina da vida
cercada por caminhos e placas
que indicam diferentes direções,
coração bate mais forte,
é preciso concentrar
acionar nossa percepção
aguçar nossa essência mais profunda
humanizar nossa razão mais serena
e seguir numa estrada única,
capaz de nos transportar
e nos levar a materializar
nossos mais audaciosos sonhos!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Aprumado
Aprumado
minhas expectativas
declinaram
se inclinaram para outrem
mas não é tempo de lamentar
basta olhar em volta
e caminhar vertical
ciente que uma inconsciência tardia
ainda vai perseguir alguém
dizendo, dizendo:
- você não deveria... você não deveria...
minhas expectativas
dispersaram
se enveredaram para o desconhecido
até porque cessaram-se histórias
densas-rasas-ilusórias
e mesmo inadvertido
eu vou, eu vou embora
pavimentando novas trajetórias...
minhas expectativas
desencantaram pelo além-mar
se curvaram ante a realidade
nua-crua-indigesta
parodiaram versos semi-prontos
de um Tempo inatingível
mas, já não importa tanto
revigorado sigo capaz
e antevejo vazões de esperança
entre os sentimentos congelados
de um homem e o descompromisso
da alma de uma criança!
Marcos Leonidio
minhas expectativas
declinaram
se inclinaram para outrem
mas não é tempo de lamentar
basta olhar em volta
e caminhar vertical
ciente que uma inconsciência tardia
ainda vai perseguir alguém
dizendo, dizendo:
- você não deveria... você não deveria...
minhas expectativas
dispersaram
se enveredaram para o desconhecido
até porque cessaram-se histórias
densas-rasas-ilusórias
e mesmo inadvertido
eu vou, eu vou embora
pavimentando novas trajetórias...
minhas expectativas
desencantaram pelo além-mar
se curvaram ante a realidade
nua-crua-indigesta
parodiaram versos semi-prontos
de um Tempo inatingível
mas, já não importa tanto
revigorado sigo capaz
e antevejo vazões de esperança
entre os sentimentos congelados
de um homem e o descompromisso
da alma de uma criança!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Peixe fora d'água
PEIXE FORA D'ÁGUA
Sou peixe pequeno
peixe de água doce
de um pequeno riacho
de um doce lago
de um singelo rio
de um minúsculo espaço
Não sou peixe do mar
sou peixe do interiooorr
cabloco de costumes sutis
pé-vermelho-do-paraná
Na cidade grande me sinto
no aquário (enjaulado)
na mira de grandes tubarões
perdido entre carros
e arranha-céus abastados
Minha alma carrega
a simplicidade interiorana
luta pra não se curvar
ante a destruição intra-urbana
Migalhas de competitividade
intensificam a loucura quase plena
duma contemporânea-vã-ambigüidade
de querer ser capaz
de conquistar... conquistar...
objetos de sabor e/ou valor
apenas e tão somente - fugaz!
Marcos Leonidio
sou peixe do interiooorr
cabloco de costumes sutis
pé-vermelho-do-paraná
Na cidade grande me sinto
no aquário (enjaulado)
na mira de grandes tubarões
perdido entre carros
e arranha-céus abastados
Minha alma carrega
a simplicidade interiorana
luta pra não se curvar
ante a destruição intra-urbana
Migalhas de competitividade
intensificam a loucura quase plena
duma contemporânea-vã-ambigüidade
de querer ser capaz
de conquistar... conquistar...
objetos de sabor e/ou valor
apenas e tão somente - fugaz!
Marcos Leonidio
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Atmosfera poética
Atmosfera Poética
Eu queria espalhar poesia
por toda a cidade
nas comunidades
nas praças
nas creches
nas escolas
na periferia
nas favelas
nos asilos
sobre a degradante
presença humana
nas sombrias e frias
travessas-ruas-avenidas-vielas
paulistas
Eu queria espalhar poesia
por toda parte
lugares
reais-marmóreos-de-alvenaria
madeira-pau-a-pique
papelão-restos-de-sanduíche
ou em atmosferas
ilusórias
longe... muito longe
da trajetória comum
do nosso olhar viciado
Solução?!
Soltarei pipas
e deixarei o vento as levar
sem destino
cada uma com sua poesia
Drummond, José Lins do Rêgo, Cecília Meirelles,
Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias,
Castro Alves, Manuel Bandeira, Mario Quintana,
Paulo Leminsky, Renato Russo, Paulo Mendes Campos,
Lygia Fagundes Telles, Cruz e Sousa,
Fernando Pessoa, Florbela Espanca...
Que essas pipas poéticas
Que essas pipas poéticas
voem e sobrevoem
toda a cidade marginalizada
transponham com suas mensagens
os bloqueios do desencanto
encontrem e regastem
um menino perdido
uma alma alienada
uma alegria encondida...
na sombria e nebulosa periferia paulista
ou na decadente alta-sociedade pieguista!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
quase sem querer
quase sem querer
inadvertidamente
caminhamos
por estradas margeadas
- por pontas de lanças
- fendas rochosas
- montanhas escorregadias
- abismos sem fim
- geleiras em degelo
- pirambeiras indigestas
- auto-vias esguias
inadvertidamente
corremos riscos
desnecessários ou não
bem calculados / inesperados
movidos pela razão
ou pela falta dela
não importa
o importante é não fechar
a porta:
- para o desconhecido
- para o novo
- para o incompreendido
mas atenção!
não ponha tudo a perder
recomece mesmo se houver ferimentos
ludibrie o sofrimento
e renasça ao amanhecer...
Marcos Leonidio
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
De cabo-a-rabo
De cabo-a-rabo
Eu queria acariciar
seu rabo-de-cavalo
libertá-lo / transformá-lo
enternecer você
mulher
Eu queria contornar
você de cabo-a-rabo
incendiar cada espaço
o entorno do seu corpo
tudo que compõe seu
florescer
Eu queria te envolver
de lado
de atravessado
de cabeça-pra-baixo
por todos os lados
sem me perder
Eu queria amanhecer
madrugar em você
recompondo todos os cacos
mesmo os menores pedaços
desse nosso viver
Eu queria desprender
a falta de tato
o desperdício de contato
que limita nossas reações
e aumenta verticalmente o rasgo
que dilacera corações
e faz tantos estragos!
Marcos Leonidio
Eu queria acariciar
seu rabo-de-cavalo
libertá-lo / transformá-lo
enternecer você
mulher
Eu queria contornar
você de cabo-a-rabo
incendiar cada espaço
o entorno do seu corpo
tudo que compõe seu
florescer
Eu queria te envolver
de lado
de atravessado
de cabeça-pra-baixo
por todos os lados
sem me perder
Eu queria amanhecer
madrugar em você
recompondo todos os cacos
mesmo os menores pedaços
desse nosso viver
Eu queria desprender
a falta de tato
o desperdício de contato
que limita nossas reações
e aumenta verticalmente o rasgo
que dilacera corações
e faz tantos estragos!
Marcos Leonidio
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Rosa azul
ROSA AZUL
Encontrei uma rosa azul
celestial, incandescente
no jardim da imaginação
Por entre flores multicores
a rosa azul brilhou carismática
e me deixou extasiado
maravilhado com sua beleza exata
Numa atmosfera harmônica
flutuei levemente, suavemente
com o coração esperançoso
envolto em felicidade plena
Rosa azul simbologia mágica
no jardim do imaginário
espécime única
de um sonho planetário
Rosa azul
sentimento universal
sintoma de paz
força colossal
aconchego de cais
Rosa azul
de blindagem sagrada
por entre as estrelas do universo
flutuará eternamente
e renascerá bela, irretocável
no coração de todos que fazem do amor
um sentimento maioral, inesgotável!
Encontrei uma rosa azul
celestial, incandescente
no jardim da imaginação
Por entre flores multicores
a rosa azul brilhou carismática
e me deixou extasiado
maravilhado com sua beleza exata
Numa atmosfera harmônica
flutuei levemente, suavemente
com o coração esperançoso
envolto em felicidade plena
Rosa azul simbologia mágica
no jardim do imaginário
espécime única
de um sonho planetário
Rosa azul
sentimento universal
sintoma de paz
força colossal
aconchego de cais
Rosa azul
de blindagem sagrada
por entre as estrelas do universo
flutuará eternamente
e renascerá bela, irretocável
no coração de todos que fazem do amor
um sentimento maioral, inesgotável!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Percepção poética
Percepção Poética
a poesia pode ser uma azia
que toma conta do seu estômago
e te faz refletir intra-âmago
a poesia pode ser uma brisa
que inebria seus pensamentos
e te faz congelar bons momentos
a poesia pode ser a alegria
de uma tarde de sol ou de uma noite fria
que te remete ao calor da nostalgia
a poesia pode ser a lembrança
de um olhar em movimento
ou de um beijo em pensamento
a poesia pode ser a inspiração
que te faz suavemente recordar
peripécias reluzentes em frente do mar
a poesia pode ser a magia
capaz de ordenar todos os seus sonhos
desfavorecendo aspectos medonhos
a poesia pode ser o desalento
que te joga contra os arrecifes
ou te fazer realizar loucos fetiches
a poesia pode ser a mágoa profana
que te torna inferior
mas, pode te fazer crescer com vigor
a poesia pode ser impactante
elucidar trechos nebulosos
de uma história inquietante
a poesia pode ser traiçoeira
te fazer sonhar vulnerável
pra te acordar numa "pirambeira"
a poesia pode ser um abraço
que acalora sua alma
e embeleza cada espaço
a poesia pode ser um delírio juvenil
que te faz sentir-se ridículo
mas, faz seu céu iluminado-laranja-anil
a poesia pode ser um sorriso
com ares desconcertantes
que te faz feliz mesmo de improviso
a poesia pode ser manhosa
te elevar muito além da Terra
entre mãos e pernas melindrosas
a poesia pode ser inoxidável
aos olhos de quem pratica o amor
na forma de um tracejar quase notável
a poesia tende a ser perceptiva
para aguçar nossos sentidos
e coibir qualquer razão destrutiva
a poesia pode ser o revés... o viés...
do correto apimentado pelo incerto
do incerto permeado pelo correto
... e/ou ao invés!
a poesia pode ser uma azia
que toma conta do seu estômago
e te faz refletir intra-âmago
a poesia pode ser uma brisa
que inebria seus pensamentos
e te faz congelar bons momentos
a poesia pode ser a alegria
de uma tarde de sol ou de uma noite fria
que te remete ao calor da nostalgia
a poesia pode ser a lembrança
de um olhar em movimento
ou de um beijo em pensamento
a poesia pode ser a inspiração
que te faz suavemente recordar
peripécias reluzentes em frente do mar
a poesia pode ser a magia
capaz de ordenar todos os seus sonhos
desfavorecendo aspectos medonhos
a poesia pode ser o desalento
que te joga contra os arrecifes
ou te fazer realizar loucos fetiches
a poesia pode ser a mágoa profana
que te torna inferior
mas, pode te fazer crescer com vigor
a poesia pode ser impactante
elucidar trechos nebulosos
de uma história inquietante
a poesia pode ser traiçoeira
te fazer sonhar vulnerável
pra te acordar numa "pirambeira"
a poesia pode ser um abraço
que acalora sua alma
e embeleza cada espaço
a poesia pode ser um delírio juvenil
que te faz sentir-se ridículo
mas, faz seu céu iluminado-laranja-anil
a poesia pode ser um sorriso
com ares desconcertantes
que te faz feliz mesmo de improviso
a poesia pode ser manhosa
te elevar muito além da Terra
entre mãos e pernas melindrosas
a poesia pode ser inoxidável
aos olhos de quem pratica o amor
na forma de um tracejar quase notável
a poesia tende a ser perceptiva
para aguçar nossos sentidos
e coibir qualquer razão destrutiva
a poesia pode ser o revés... o viés...
do correto apimentado pelo incerto
do incerto permeado pelo correto
... e/ou ao invés!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Sensações
Quero crer num
caminho eqüidistante
indiferente ao que vivo
desejo cada instante
que meus sentimentos
correm perigo!
Marcos Leonidio
caminho eqüidistante
indiferente ao que vivo
desejo cada instante
que meus sentimentos
correm perigo!
Marcos Leonidio
Amor eloqüente
Que o amor permeie
sua vida de forma
voraz
eloqüente
Permaneça em você
com toda sua volúpia
em tempos desérticos
com seca e sem vento
em tempos de primavera fértil
outonos coloridos
verões enternecidos
Que o amor reaja
visceralmente em você
e se desenvolva cristalino!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Rupturas
RUPTURAS
Há um momento na vida
em que acontece uma ruptura:
brutal, sorrateira, irrevogável,
traiçoeira, impactante, desestimulante.
Congelamos a alma,
sentimos calafrio, tudo em órbita,
sentimentos, razão, percepção, decepção,
carência, orgulho, fraquezas.
Há
rupturas sentimentais
rupturas sociais
rupturas de confiança
rupturas racionais
rupturas inesperadas
rupturas anunciadas
rupturas descomunais
Algumas vezes, é possível
remendar esta conexão
e até resgatar tudo que ficou
sombrio, nebuloso, mal-resolvido.
Mas, existem situações,
que é melhor cicatrizar as feridas
e partir para uma nova perspectiva,
carregando as experiências,
e desprezando as resistências.
É preciso romper tristezas
compor novos caminhos
reconhecer nossas fraquezas
e encontrar uma luz, mesmo sozinho!
Marcos Leonidio
Há um momento na vida
em que acontece uma ruptura:
brutal, sorrateira, irrevogável,
traiçoeira, impactante, desestimulante.
Congelamos a alma,
sentimos calafrio, tudo em órbita,
sentimentos, razão, percepção, decepção,
carência, orgulho, fraquezas.
Há
rupturas sentimentais
rupturas sociais
rupturas de confiança
rupturas racionais
rupturas inesperadas
rupturas anunciadas
rupturas descomunais
Algumas vezes, é possível
remendar esta conexão
e até resgatar tudo que ficou
sombrio, nebuloso, mal-resolvido.
Mas, existem situações,
que é melhor cicatrizar as feridas
e partir para uma nova perspectiva,
carregando as experiências,
e desprezando as resistências.
É preciso romper tristezas
compor novos caminhos
reconhecer nossas fraquezas
e encontrar uma luz, mesmo sozinho!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Imerso
IMERSO (Marcos Leonidio)
Mergulhei num mar Adriático
de sensações
quase me afoguei
e mesmo depois de naufragar
me vejo extasiado
a cada amanhecer
Mergulhei num mar Morto
pouco alentador
amorteci vontades
recordando desatualidades
fui içado
a congregar verdades
Mergulhei num mar Vermelho
de dramaticidades
sangue-suor-lágrimas
tudo na mesma velocidade
momento-presente demente
incrustado no meio duma modernidade
quase decadente
Mergulhei num oceano Ártico
congelei projeções existenciais
tive receios incomuns
a partir de mim
desconheci outras pessoas
reconfigurei um a um
meus atos com muitos sobressaltos
busquei antecipar estágios
que de alguma forma me atingiriam
mas renasci embrionário...
Mergulhei num oceano Pacífico
após todas essas guerras
e pós-conflito antevejo saídas
não tão claras ainda
mas, suficientemente necessárias
e com robustez capaz
de exterminar qualquer razão arbitrária!
Mergulhei num mar Adriático
de sensações
quase me afoguei
e mesmo depois de naufragar
me vejo extasiado
a cada amanhecer
Mergulhei num mar Morto
pouco alentador
amorteci vontades
recordando desatualidades
fui içado
a congregar verdades
Mergulhei num mar Vermelho
de dramaticidades
sangue-suor-lágrimas
tudo na mesma velocidade
momento-presente demente
incrustado no meio duma modernidade
quase decadente
Mergulhei num oceano Ártico
congelei projeções existenciais
tive receios incomuns
a partir de mim
desconheci outras pessoas
reconfigurei um a um
meus atos com muitos sobressaltos
busquei antecipar estágios
que de alguma forma me atingiriam
mas renasci embrionário...
Mergulhei num oceano Pacífico
após todas essas guerras
e pós-conflito antevejo saídas
não tão claras ainda
mas, suficientemente necessárias
e com robustez capaz
de exterminar qualquer razão arbitrária!
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Flertando com a Vida
Flertando com a Vida
Namoraria eu
a vizinha
aquela maravilha
que nunca me olhou
mesmo assim, povoou meus sonhos
mais libidinosos, mais saborosos!
Namoraria eu
aquela minha coleguinha do primário
que dos nove aos treze anos
foi minha musa absoluta
bela e inatingível
eu apenas previsível!
Namoraria eu
aquela minha professora
delicada-sensível-imaginária
e eu que era apenas uma criança
desajeitada-tímida-abstrata!
Namoraria eu
aquela minha colega
séria, bem comportada, inteligente, linda,independente,
dos tempos de ginásio.
Porém, minha timidez não deixou,
era tamanha
que assim como ela, uma outra dezena de meninas
me encantaram durante aqueles anos, doces anos,
mas, não tive tempo de me declarar
e as contive somente em meus pensamentos!
Namoraria eu
aquela mulher madura, exuberante,
instigante, cativante, longe-do-meu-alcance...
Símbolo de um feminismo ascendente,inteligente
e necessário!
Deixa pra lá...
É melhor continuar viajando em minhas memórias
ser mantenedor de belas histórias...
Continuar flertando com a vida
da forma menos realista... mais intimista!
Marcos Leonidio
Namoraria eu
a vizinha
aquela maravilha
que nunca me olhou
mesmo assim, povoou meus sonhos
mais libidinosos, mais saborosos!
Namoraria eu
aquela minha coleguinha do primário
que dos nove aos treze anos
foi minha musa absoluta
bela e inatingível
eu apenas previsível!
Namoraria eu
aquela minha professora
delicada-sensível-imaginária
e eu que era apenas uma criança
desajeitada-tímida-abstrata!
Namoraria eu
aquela minha colega
séria, bem comportada, inteligente, linda,independente,
dos tempos de ginásio.
Porém, minha timidez não deixou,
era tamanha
que assim como ela, uma outra dezena de meninas
me encantaram durante aqueles anos, doces anos,
mas, não tive tempo de me declarar
e as contive somente em meus pensamentos!
Namoraria eu
aquela mulher madura, exuberante,
instigante, cativante, longe-do-meu-alcance...
Símbolo de um feminismo ascendente,inteligente
e necessário!
Deixa pra lá...
É melhor continuar viajando em minhas memórias
ser mantenedor de belas histórias...
Continuar flertando com a vida
da forma menos realista... mais intimista!
Marcos Leonidio
terça-feira, 5 de junho de 2007
Desacerto Funesto
DESACERTO FUNESTO
Eu estou contra o vento
e o vento está contra mim
Eu estou contra o Tempo
e o Tempo está contra mim
Eu estou contra a maré
e a maré está contra mim
Eu estou contra a globalização
e a globalização está contra mim
Eu estou contra Brasília
e Brasília está contra mim
Eu estou contra a inércia humana
e a inércia humana está se apoderando de mim
Eu estou tentando escapar da brutal violência urbana
e a brutal violência urbana está cada vez mais perto de mim
Eu estou imaginando algumas saídas
e algumas dessas saídas estão se fechando diante de mim
Eu estou apelando para forças divinas
e as forças divinas não estão chegando até mim
Eu estou atordoado diante de tantas informações
e ainda assim busco captar informações pra acumulá-las em mim
Eu estou perambulando por aí, tentando achar o caminho
mas, o caminho está oculto dentro de mim
Eu estou inadvertido, pensamento ao longe
e ao longe as expectativas fogem de mim
Eu estou esperançoso, a estrela brilhou novamente, intensamente
mas, a estrela não brilhou no céu, nem dentro de mim
a estrela brilhou em você... que bom!
há uma saída ainda, sabe por que?
porque você está visceralmente em mim!
Marcos Leonidio
Eu estou contra o vento
e o vento está contra mim
Eu estou contra o Tempo
e o Tempo está contra mim
Eu estou contra a maré
e a maré está contra mim
Eu estou contra a globalização
e a globalização está contra mim
Eu estou contra Brasília
e Brasília está contra mim
Eu estou contra a inércia humana
e a inércia humana está se apoderando de mim
Eu estou tentando escapar da brutal violência urbana
e a brutal violência urbana está cada vez mais perto de mim
Eu estou imaginando algumas saídas
e algumas dessas saídas estão se fechando diante de mim
Eu estou apelando para forças divinas
e as forças divinas não estão chegando até mim
Eu estou atordoado diante de tantas informações
e ainda assim busco captar informações pra acumulá-las em mim
Eu estou perambulando por aí, tentando achar o caminho
mas, o caminho está oculto dentro de mim
Eu estou inadvertido, pensamento ao longe
e ao longe as expectativas fogem de mim
Eu estou esperançoso, a estrela brilhou novamente, intensamente
mas, a estrela não brilhou no céu, nem dentro de mim
a estrela brilhou em você... que bom!
há uma saída ainda, sabe por que?
porque você está visceralmente em mim!
Marcos Leonidio
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Desconstrução
Desconstrução
desconstruí nossos beijos
porque não suportava
sua saudade
desconstruí nossos sonhos
porque não suportava
sua ausência
desconstruí nossas angústias
porque não imaginava
viver sem sua presença!
Marcos Leonidio
desconstruí nossos beijos
porque não suportava
sua saudade
desconstruí nossos sonhos
porque não suportava
sua ausência
desconstruí nossas angústias
porque não imaginava
viver sem sua presença!
Marcos Leonidio
duas meninas
duas meninas
tua boa e tua língua
são duas meninas...
que me fazem flutuar
e desejar...
cada instante da vida!
Marcos Leonidio
tua boa e tua língua
são duas meninas...
que me fazem flutuar
e desejar...
cada instante da vida!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Poema Dramático
POEMA DRAMÁTICO
vou deixar
meu coração sangrar
até cessar o sangue
até dissipar os sonhos
até secar o pranto
até cerrar as possibilidades
até destronar todo o encanto!
vou deixar
meu coração sangrar
para flertar com o desconhecido
para prolongar o perigo
para derramar a última lágrima
para esparramar o sofrimento
para desmembrar razões emblemáticas!
vou deixar
meu coração sangrar
para enganar o ranço
para seduzir o inalcançável
para ludibriar a angústia
para descompor a solidão
para infringir coisas lúdicas
para intimidar toda forma de NÃO!
Marcos Leonidio
--------------------
vou deixar
meu coração sangrar
até cessar o sangue
até dissipar os sonhos
até secar o pranto
até cerrar as possibilidades
até destronar todo o encanto!
vou deixar
meu coração sangrar
para flertar com o desconhecido
para prolongar o perigo
para derramar a última lágrima
para esparramar o sofrimento
para desmembrar razões emblemáticas!
vou deixar
meu coração sangrar
para enganar o ranço
para seduzir o inalcançável
para ludibriar a angústia
para descompor a solidão
para infringir coisas lúdicas
para intimidar toda forma de NÃO!
Marcos Leonidio
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Inexatidão
Tudo é tão certo,
quando o incerto resolve aparecer,
cruzar nosso caminho... e mudar tudo!
Tão certo como a Terra é redonda
e o Sol seu astro-maior...
É nossa vida,
sacrificada, bem-sucedida, cheia de nuances,
carregada de magias, de alegrias, de caminhos
incertos e realizações impensadas, de objetivos
inalcançados... de premissas e de horizontes a serem descobertos!
Marcos Leonidio
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Contemporaneidade Atroz
CONTEMPORANEIDADE ATROZ
Cadê o bom-senso?
Estamos propensos a subestimá-lo.
Tudo acontece numa velocidade
que não se consegue acompanhar.
Vivemos uma contemporaneidade atroz
capaz de nos tornar apenas
folhas secas de final de outono.
Temos que desacelerar em algum momento!
Retomar as rédeas da vida e dos sentimentos
da forma mais sublime e poética possível!
Ou então, pouco a pouco nossas melhores
referências existenciais serão suprimidas...
Marcos Leonidio
===============
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terça-feira, 17 de abril de 2007
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Arte-vida
A vida é uma arte da natureza!
The life is an art of the nature!
Contemple-a com o coração e a imaginação...
The life is an art of the nature!
Contemple-a com o coração e a imaginação...
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Passado Marcado
São tantas as noites
a pensar em você
E você não me dá
nem mesmo um sinal de vida
São tantas as lembranças
de dias que fizeram-me feliz
E você está presente
em todos esses momentos
a pensar em você
E você não me dá
nem mesmo um sinal de vida
São tantas as lembranças
de dias que fizeram-me feliz
E você está presente
em todos esses momentos
São inúmeras as palavras
que gostaria de dizer-te
Mas, não encontro nenhuma
que possa mostrar aquilo
que sinto no peito.
Acho que somente meus olhos
são capazes de mostrar algo
que vem do fundo da minha alma
São tantas as lembranças
Tantos os sonhos
Tantas as verdades
Tantos os lamentos
Tantas as mágoas
Tantos os momentos
Que ficaram para trás...
que gostaria de dizer-te
Mas, não encontro nenhuma
que possa mostrar aquilo
que sinto no peito.
Acho que somente meus olhos
são capazes de mostrar algo
que vem do fundo da minha alma
São tantas as lembranças
Tantos os sonhos
Tantas as verdades
Tantos os lamentos
Tantas as mágoas
Tantos os momentos
Que ficaram para trás...
Marcos Leonidio
terça-feira, 3 de abril de 2007
Miragem
Tenho saudades de um Tempo que não chega!
De um Tempo remoto
Onde nossos olhares se aproximariam
e nossos corpos tornão-se-iam um só...
De um Tempo remoto
Onde nossos olhares se aproximariam
e nossos corpos tornão-se-iam um só...
Marcos Leonidio
...................
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Pra nunca mais!
PRA NUNCA MAIS!
Como é possível você ser tão fria
ficou me devendo... beijos, abraços, afagos, atenção!
E não me deu nenhuma satisfação,
nenhuma esperança, nenhuma sobrevida!
Você sempre olhou pra mim meio de lado,
não notou que meus olhos brilhavam a te contemplar,
e eu tentava enxergar no fundo da tua alma...
Senti que não fazia mais parte do teu mundo
e mesmo contrariado, segui meu caminho pra nunca mais...
Enfrentei tua falta!
As lembranças ainda me maltratam, ferozmente
e não consegui assimilar o duro golpe,
a amaldiçoada falta de sorte,
que me fez decadente...
M. Leonidio
--------------
Como é possível você ser tão fria
ficou me devendo... beijos, abraços, afagos, atenção!
E não me deu nenhuma satisfação,
nenhuma esperança, nenhuma sobrevida!
Você sempre olhou pra mim meio de lado,
não notou que meus olhos brilhavam a te contemplar,
e eu tentava enxergar no fundo da tua alma...
Senti que não fazia mais parte do teu mundo
e mesmo contrariado, segui meu caminho pra nunca mais...
Enfrentei tua falta!
As lembranças ainda me maltratam, ferozmente
e não consegui assimilar o duro golpe,
a amaldiçoada falta de sorte,
que me fez decadente...
M. Leonidio
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sexta-feira, 30 de março de 2007
Medo
Muitas vezes, é preciso ter medo de perder, muito medo...
Para valorizar cada momento, cada reencontro!
M.Leonidio
Para valorizar cada momento, cada reencontro!
M.Leonidio
Amores são como ondas!
Amores são como ondas!
Grandes amores são como ondas do mar...
Quando você menos espera,
elas te carregam sei lá pra onde...
Às vezes, te jogam de cara na areia,
outras vezes te levam pro fundo do mar...
E algumas vezes te fazem navegar suavemente
sobre a imensidão azul, quase à flutuar!
Marcos Leonidio
---------------------
Grandes amores são como ondas do mar...
Quando você menos espera,
elas te carregam sei lá pra onde...
Às vezes, te jogam de cara na areia,
outras vezes te levam pro fundo do mar...
E algumas vezes te fazem navegar suavemente
sobre a imensidão azul, quase à flutuar!
Marcos Leonidio
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quinta-feira, 22 de março de 2007
Nossa química
Nossa Química
Batidas do coração aceleradas
mãos, pés e alma suadas, em brasa...
Línguas, abraços, respirações ofegantes,
tudo misturado, numa noite, numa madrugada,
numa tarde de verão ou de inverno, não importa,
estamos entre quatro paredes, atrás da porta...
Os lençóis amassados, molhados, sobre o colchão,
são cúmplices do nosso amor e protocolam nossa paixão!
Marcos Leonidio
Batidas do coração aceleradas
mãos, pés e alma suadas, em brasa...
Línguas, abraços, respirações ofegantes,
tudo misturado, numa noite, numa madrugada,
numa tarde de verão ou de inverno, não importa,
estamos entre quatro paredes, atrás da porta...
Os lençóis amassados, molhados, sobre o colchão,
são cúmplices do nosso amor e protocolam nossa paixão!
Marcos Leonidio
Teu Olhar
Há um brilho diferente no teu olhar...
tocante, revelador, enigmático, atraente, animador...
Preciso captar esta essência e me embrenhar
nesta vastidão apaixonante!
M. Leonidio
tocante, revelador, enigmático, atraente, animador...
Preciso captar esta essência e me embrenhar
nesta vastidão apaixonante!
M. Leonidio
sexta-feira, 9 de março de 2007
Se eu te perder...
SE EU TE PERDER...
Se eu te perder...
não vou morrer,
não vou chorar
não vou matar,
não vou agredir,
não vou insistir,
muito menos sorrir!
Se eu te perder...
não vou sonhar,
não vou cantar,
não vou me conformar,
não vou me agüentar,
não vou realizar,
tudo que sempre quis,
nem vou poder pedir bis!
Se eu te perder...
não vou entender,
não vou esquecer,
não vou mais me deslumbrar,
não vou mais encantar,
não vou identificar, ter a percepção,
do que é certo ou errado,
do que é bom ou ruim,
do que torna a vida melhor,
para outro alguém ou pra mim!
Se eu te perder...
não vou mais emergir,
desta vastidão cinza,
não vou reagir,
vou submergir nas entranhas do imponderável,
vou insistir em caminhos desnecessários,
vou me perder em sonhos reacionários!
Se eu te perder...
vou me desgarrar do rebanho,
vou negar este amor insano,
vou ser profano com louvor,
vou ser efêmero mesmo com dor,
vou me privar do sonho lindo,
insistir que este caminho,
vai me fazer muito melhor, mesmo sozinho!
Se eu te perder...
não vou morrer,
não vou chorar
não vou matar,
não vou agredir,
não vou insistir,
muito menos sorrir!
Se eu te perder...
não vou sonhar,
não vou cantar,
não vou me conformar,
não vou me agüentar,
não vou realizar,
tudo que sempre quis,
nem vou poder pedir bis!
Se eu te perder...
não vou entender,
não vou esquecer,
não vou mais me deslumbrar,
não vou mais encantar,
não vou identificar, ter a percepção,
do que é certo ou errado,
do que é bom ou ruim,
do que torna a vida melhor,
para outro alguém ou pra mim!
Se eu te perder...
não vou mais emergir,
desta vastidão cinza,
não vou reagir,
vou submergir nas entranhas do imponderável,
vou insistir em caminhos desnecessários,
vou me perder em sonhos reacionários!
Se eu te perder...
vou me desgarrar do rebanho,
vou negar este amor insano,
vou ser profano com louvor,
vou ser efêmero mesmo com dor,
vou me privar do sonho lindo,
insistir que este caminho,
vai me fazer muito melhor, mesmo sozinho!
M. Leonidio
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